31/10/2013

Desabafando


   Tantos anos de evolução. Tantos  inventos e experimentos... A humanidade evolui, mas paradoxalmente também involui com suas próprias evoluções... O homem tenta aprender a lidar com certas situações, tenta passar por cima de outras, e ainda, manipular algumas -e tudo isso inclui sentimentos também.
  Eu posso escolher por qual vertente quero ir, há muitos assuntos diferentes que posso desenvolver a partir desse início que propus, mas quero aqui desafogar meu coração. Quero só, com meu doce gosto pela escrita, perpetuar o que, pela primeira vez, sinto com veracidade sobre tentar manipular ou lidar com o sentimento de perda: coisa que a humanidade ainda não sabe fazer mesmo nesse século XXI. Sempre alguém perde alguém a cada minuto em algum lugar do mundo, e mesmo assim, não sabemos reagir a isso.
   Todas as outras vezes foram sentimentos reais, não profundos. Foram 'eus' que tenho ou tive, foram inspirações de pessoas próximas a mim, mas desta vez sou eu mesma, a minha essência.
   Não é muito diferente do que ja tem registrado aqui no blog. Perder alguém é algo que não tem como explicar, chega ser como querer explicar o que é amar alguém -talvez por estarem bem próximos um do outro ja que se você sente por perder alguém, obviamente esse alguém era amado por você de alguma forma. A falta da pessoa, saber que não estará mais lá quando você passar pelos lugares que antes costumavam se ver, lembrar de tantos momentos juntos, se revoltar por saber que poderiam ter feito mais, juntos... Há tanta coisa que se passa nessas horas....
   É complicado pra quem perde, mas acredito que seja mais complicado pra quem acompanha a história, pra quem está de fora, mas quer ajudar, amparar... Eu sempre fiquei sem saber o que dizer quando meus amigos perderam alguém. Preferia simplesmente sorrir e abraçá-los. Ainda bem que sempre fiz isso, apenas isso!
   Quem está chorando porque alguém que era muito querido morreu, não está interessado em palavras. Acredito que ninguém consiga dizer palavras que superem a tristeza, ainda mais que não sejam as frases prontas, e ouso dizer, banais que existem. O fato de ser abraçada ja é suficiente. É isso o que queremos! Falo por mim, mas sei que muitos concordam comigo: Não queremos ouvir nada, não queremos que digam nem "Eu estou aqui", apenas estejam! "Atitudes falam mais do que palavras". Também não queremos olhares de pena.
   É muito complicado como ja disse, e eu até entendo essas atitudes, não recrimino, pelo menos se importam, mas queria que fosse um pouco mais suaves. Queria dessem um tempo de uma semana, no mínimo, para perguntar como eu estou. Nesse meio tempo me basta ouvir "Mais um dia que você precisa ser forte, tanto quanto foi ontem -ou mais."
   Eu digo isso não só como a que perdeu e está mal por isso, mas também como a que quer amparar. Meu pai é o que mais deve estar sofrendo. Ter que ajeitar as documentações, arrumar o corpo, enterrar.... É muito ruim ver meu pai assim... Eu não sei o que dizer ou o que fazer. Choro por isso, talvez, mais pelo que eu mesma sinta...!
   Eu acredito em Deus. Creio que só quem reconhece que Ele mandou seu filho para que tivéssemos vida, realmente depois de morrer, vive com Ele, e meu avô também cria nisso. Isso me conforta, isso me faz não ficar tão triste. As únicas palavras de conforto que não consigo achar desnecessárias ou repetidas e muito menos banais, são as que tenho lido na Biblia! A Palavra de Deus é a que me deixará mais forte, eu sei que é Ele quem sabe de tudo e se levou meu avô agora é porque era a hora e Ele irá me confortar. Ele me deu momentos para aproveitar com ele, aprender com ele e ouvir as histórias dos tempos de quando ele era criança. Me deu os anos de vida com ele para que, como todo avô coruja, me elogiasse muito, me desse mesada, me encorajasse a entrar na faculdade e atividades da igreja que eu gostava.... Mesmo achando que poderia ter feito mais por ele, mesmo achando que eu poderia demostrar na mesma intensidade o quanto o amava, eu agradeço a Deus por me fazer abraçá-lo por vezes! Por me fazer ir conversar e ouvir o que ele tinha pra dizer. Por me deixar morar com ele e me irritar com algumas teimosias dele.
   Eu vou sentir falta, mas eu sei que vai passar. Nas outras perdas, eu era muito pequena para sentir tanto. Dessa vez, talvez eu esteja sentindo acumulado, também porque ele era o último avô vivo.... Mas essa falta não será tão dolorida por muito tempo, sei disso. Porque vou lembrar dele, rindo, assim como rio ao lembrar dos outros avós... Porque um dia... no Grande dia... Graças ao meu Deus, nós vamos estar juntos de novo..... Amém

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