19/03/2015
Nunca pense que abraçou o suficente!
Nunca pense que abraçou o suficente!
Esta é frase que levarei comigo como autoaprendizagem. Nunca devo achar que abracei demais uma pessoa que amo. Nunca devemos nos privar de demonstrar nosso carinho por alguém se essa pessoa gostar de recebê-lo -e principalmente se retribuir- ainda que outras pessoas digam que você esteja exagerando!
Desde que mudei pra melhor e deixei a fase depressiva para trás, eu passei a ser extravagante em minhas felicidades. Eu era tão animada quando estava feliz que as pessoas diziam que eu parecia um criança quando está pela primeira vez vendo algo que lhe agrada. Isso refletia em minha forma de demonstrar carinho às pessoas. Eu afino a voz, dou saltinhos, abraço muito, gesticulo e não consigo me manter quieta enquanto a pessoa está na minha frente. Isso é motivo de riso em alguns e de crítica em outros, afinal, tenho 21 anos e ainda ajo "assim". As vezes me sinto até reprimida por isso, mesmo assim não evito, pois sei que com quem eu tenho esse tipo de atitute, não há problema.
Pois é exatamente por isso que não fico mais triste com a perda de meu pai. Meu pai se foi, mas tenho em minha memória 21 anos de pura "infantilidade" da minha parte em todas as vezes que estivemos juntos. Sempre agindo como se ainda fosse a "filhinha" dele -e creio que eu era! Todas as vezes que via meu pai pela primeira vez no dia eu gritava de braços abertos para abraçá-lo e com a voz fina-independente da lugar. Eu andava de mãos dadas com ele na rua, fazia questão disso! Mesmo com 21 anos o esperava vir me buscar nos lugares, ja que ele se prontificava a fazer isso, mesmo sem ter carro. De vez enquando ainda sentava no colo dele pra conversar ou simplesmente ficar mais um tempo abraçada a ele... Tudo eu perguntava pra ele.
A última vez que vi meu pai, minutos antes do acidente, eu estava na rua com minhas amigas, ele vindo em minha direção com o sorriso enorme dele ao nos ver. Eu, como sempre, abri meus braços e sorri também e disse "Paaaaaiiiii" com a voz fina e o abraçei. Eu ainda não o tinha visto naquele dia e já era hora do lanche, quase anoitecendo. Ele me acariciou como se eu fosse mesmo uma criança e disse pra eu me cuidar. Ele sempre dizia isso como despedida até que eu estivesse de novo com ele... Mas não desta vez. Bom, em todo caso, tenho orgulho de ser infantil em determinadas coisas, isso não me deixa com remorço de não ter aproveitado o meu pai e demonstrado tudo o que eu sentia por ele, mesmo assim eu queria ter o abraçado muito mais.
Hoje, levo essa frase comigo sempre: "Nunca pense que abraçou o suficiente." Nunca pense que amou o suficiente. Nunca pense que sorriu, ajudou, presenteou, aconselhou o suficiente. Dê o seu melhor sempre, esgote o seu melhor -pra quem merece principalmente. Nós não sabemos qual será a última vez que veremos aquela pessoa. Aproveite mais quem você ama e esqueça o que os outros dizem do que você faz para demonstrar esse amor. Importa que a pessoa pra quem vc demonstra se importe, e apenas ela!
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