29/07/2016

Cartas pra J.



Oi J.

Sei que já sabe que considero você e que pode contar comigo. Sei disso, mas gosto de repetir e por enquanto, é tudo o que posso repetir. 

Não posso repetir te fazer perguntas como fazia quando estava te conhecendo naquele sábado de Luau, ou naquele outro fim de semana de carnaval quando passamos o dia no Shopping da Barra e depois no Forte de Copacabana... Não posso repetir também todos os encorajamentos que te dei para que tocasse ou que descobrisse para o que foi chamado por Deus. Não posso repetir muitas coisas simplesmente porque são coisas que se faz uma vez ou porque não se precisa mais (como seu chamado e vc voltar a tocar, isso já aconteceu).  

Agora seria a fase de outras coisas mas que não posso fazer, pelo menos por enquanto.
É isso o que Deus quer. Você eu já tivemos nossa participação na vida um do outro e por mais que eu tente, existe algo diferente que não se pode mudar ou melhorar agora. Você está em um tempo que eu não posso acompanhar por enquanto. Eu entendo. Não posso fazer parte tão proximamente como gostaria porque não é a minha vontade mas a de Deus em moldar você e se faz necessário esse afastamento.
Sim, afastamentos, mas não por estar reclamando, não é isso! É um afastamento necessário eu sei, mas é. Afinal, não tenho sido mais a primeira pessoa que você gostaria de dividir as descobertas e alegrias, certo? Porque eu sei q eu era.
Não respire fundo ou passe a mão na cabeça... Eu sei que pode estar pensando que estou exagerando e querendo atenção só pra mim ou mesmo querendo que voltassemos a ser como antes... Bom, não culpo, mas como já te disse: Não estou!

Estou apenas dizendo que sinto sim em ter que deixar você ir, mas eu estou feliz porque ainda que por alto, tenho visto Deus te direcionando a ser o filho, servo e homem que Ele quer. E é isso que eu sempre quis ver desde a nossa conversa no acampamento do Vida Relevante 2015.

Vá, sabendo que sentirei saudades, mas não de algo que eu queria ter e não tenho. Sentirei saudades de um colega que me considera amiga e que tive a chance de torna-lo meu amigo também antes dele ir. Sentirei saudades dessa pessoa que mesmo não sendo íntima dela, tenho um carinho muito grande e que por isso, espero mesmo que viva experiências maravilhosas e edificantes.  Sentirei saudades dessa pessoa, mas prefiro assim já que é assim que Deus a está usando e sorrindo ao ve-la obedecer. Sentirei saudades dessa pessoa, mas estarei orando por ela todo esse tempo que estiver longe de mim. Esperando o momento dela voltar e poder dar um abraço apertado e poder finalmente me re-aproximar, e conseguir fazer perguntas a respeito da viagem missionária e quem sabe conseguir ve-la como amiga assim como ela me vê. E você sabe, essa pessoa é você.

Viva os sonhos de Deus, mesmo que eu não saiba, não veja ou veja pouco... Isso não me diz respeito mesmo. É você com o Pai e quem você achar que deve. Me perdoe se ate hoje tenho sido chata com isso, mas Deus tem me ensinado e me feito perceber algumas coisas. Eu continuarei com a decisão que tomei ano passado: Estarei sempre "aqui".

Não posso repetir muitas coisas, mas posso tentar algo novo e talvez, ruim pra mim e que será o melhor pra "amizade que estamos construindo": deixar você. 

Deixo você ir, não porque eu tenho algum poder de decisão sobre você, mas te deixo ir no sentido de afeto mesmo. Porque eu sei que você estará pra sempre em minhas memórias e que se for pra nos reencontrarmos (não só fisicamente) isso vai acontecer quando tiver que acontecer. Te deixo ir porque não quero ser um atrazo no seu crescimento e vida, e porque "é certo quando deixo ir pra ganhar o que o céu guardou pra mim".

com amor, A.
29/07/2016

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