21/07/2015

2 Co 4.16

Ela estava debruçada no parapeito da varanda de seu quarto com a água da chuva à centímetros de seu rosto. Mas ela não ligava. Estava de olhos fechados, parecendo gostar das gotas que respingavam em sua pele. Era como se estivesse sendo acariciada ao som de uma melodia que ela amava; a melodia da chuva no telhado e nas poças de água que estavam se formando na parte descoberta da pequena varanda do térreo.


Ela estava em silêncio, apenas pensando ou relembrando ou maquinando algo... ou tudo ao mesmo tempo. Se alguém entrasse em seu quarto e a chamasse, provavelmente teria que fazê-lo de novo. Ela estava concentrada em seus pensamentos; respirava fundo de vez enquanto; apertava os lábios e franzia a testa. Qualquer um, se a visse nesse momento, entenderia que ela estava triste, mas confiante, como se o que a deixava assim fosse algo sério e possivelmente irreversível, porém, em seu sorriso triste no canto de sua boca, era notável a forte esperança que tinha, a paz que sentia no meio daquela confusão dentro de sua cabeça (que convenhamos, por ser uma mente feminina, é bastante conturbada nessas horas).

Ela olhou pra varanda como se estivesse revendo cenas que aconteceram ali e de cabeça baixa, agora de costas para a chuva, ela ainda sentia gostas em seu rosto, só que desta vez vinham de dentro dela mesma. Respirou fundo, passou a mão no rosto, no cabelo, se sentou no chão, mas junto ao parapeito, apoiou a cabeça nele e fechou os olhos novamente. Quem sabe o que se passava em sua cabeça agora. Ela estava com um semblante um pouco desanimado, mas ao mesmo tempo firme, como se ao se levantar, desanimada ou não, lutaria e tinha certeza que sairia ganhando, cedo ou tarde, de um jeito ou de outro.


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